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quarta-feira, 10 de junho de 2015

GTA e dicas interessantes para recém chegados em Ville de Québec.

Salut! 

Estamos pertinho de completarmos 3 meses de Canadá e quem acompanhou os posts anteriores podem ter uma ideia de um pouco do que vivemos nesse comecinho de imigração. Fomos desde tirar documentação do Residente a emergência no hospital. A vida aqui aos poucos tem tomado forma. Conseguimos mais alguns móveis pro ap, alguns detalhes que estavam faltando, e agora sim, posso chamar de nosso lar! E estamos prontos para receber nosso baby deux. O marido não pode trabalhar ainda pois ele quem vai ficar comigo durante o pós-parto e logo logo fará a francisação. Mas ele está fazendo uns frellas, o que tem ajudado bastante no orçamento, viajou até pra Toronto esses dias. 

Bom, como prometido, vou falar um pouquinho do seguro viagem da GTA e algumas dicas que funcionou conosco aqui no Québec.

Compramos o seguro viagem poucos dias antes de viajar, estávamos realmente na dúvida de qual plano aderir, o com melhor custo/benefício. Fiz uma rápida pesquisa e ouvi falar bem da GTA e, resolvemos testar. Aquela coisa que você paga mais sem nunca querer usar..pois é..mas acabamos usando, e o pior de tudo que foi com nosso baby un. No post anterior conto o que aconteceu em detalhes. Bom, para ativarmos o plano foi super fácil e rápido:

- Você faz uma ligação a cobrar via Embratel e fala o que aconteceu. No caderno que te dão na hora da compra tem explicando tudo como fazer isso;

- Essa ligação é super importante antes de você usar qualquer serviço do Hospital ou clínica;

- No nosso caso, ligamos antes, eles ativaram a Goral, que é uma empresa que representa a GTA aqui no Québec e mandaram até a nossa casa um médico para avaliar o estado geral do baby;

- Ele nos entregou um papel e nos mandou ir urgente ao hospital. Liguei novamente para informar e fomos ao hospital;

- Apenas para a consulta no hospital, tínhamos que pagar mais de $800 dólares, apenas pela consulta! Fora exames, raio X, enfim..Não precisamos pagar a taxa, pois, como avisamos a GTA, ela encaminhou os papeis para o hospital liberando o pagamento para podermos ser atendidos;

- Fomos atendidos, baby teve que imobilizar a perna por dois dias até desinchar para ai sim, poder colocar o gesso;

- Ele foi visto por especialistas pediátrico ortopédico, fez quatro Raios X, mais de 3 consultas, recebeu medicamentos do hospital, e nada nos foi cobrado, a não ser...

- O gesso de fibra de vidro, e uma consulta final. O gesso tudo bem, sabíamos que iria ser cobrado pois é uma empresa terceirizada de dentro do hospital e o de fibra de vidro é pago mesmo, mas a consulta foi uma surpresa. Não entendemos o porque. A GTA liberou o pagamento, tentamos de tudo, mais no final, tivemos que pagar $50 dólares direto na mão da médica (estranho). Mais estranho ainda é que tinham nos cobrado $70 antes para pagar diretamente no setor de cobranças do hospital. Enfim, pagamos. Basta pedir o reembolso e fica tudo certo;

- Nossa avaliação: Gostamos muito do atendimento deles, sempre muito atenciosos, nos ligavam sempre depois de cada atendimento perguntando como o baby un estava, como foi o atendimento. Fizemos a nossa parte, sempre que íamos usar qualquer coisa, ligávamos avisando. Nota 10 para GTA.

Agora, algumas dicas interessantes que funcionaram conosco, não são verdades absolutas, vocês podem analisar e decidir o que é bom ou ruim para vocês. Mas, uma coisa é certa, imigração não é fácil, mas com calma e paciência tudo dá certo.

Supermercado

Sempre olhem as circulares dos mercados e lojas, da pra pesquisar sem sair de casa.


- Os mercados mais em conta são Super C, Maxi e Wallmart , os demais mercados são um pouco mais caro. Claro que o Costco é ótimo, mas tem que fazer carteirinha e ir de carro, pois os pacotes são grandes! Como não temos carro e moramos distante desses, vamos no Provigo e Métro, é um pouco mais caro, mas aproveitamos as promoções da semana;

- Frutas baratas você encontra na La Fruiterie 440. Tem também boas promoções  no Le Jardin Mobile

- Outro local que complementa o supermercado a cada 15 dias é com a doação de alimentos. Os supermercados repassamos alguns produtos um pouco amassados, ou perto da data de vencimento, algumas frutas e verduras com um pouco de machucadinho e fazem a doação para uma instituição, esta, distribui os alimentos entre os locais onde pegamos. Atualmente pegamos no MEI e também na Igreja Católica. Super simples, você vai, faz o cadastro e paga $2 dólares a cada vez que for buscar a cesta. Tem algumas outras distribuídas pelo Québec.


Comptoir Citoyen Saint Foys Centre:

Não espere uma super cesta balanceada, com todos os alimentos necessários para a sua sobrevivência, porém, dará uma ajuda no final do mês no seu orçamento.


Compras de Móveis, Roupas e Eletrodomésticos

Sempre no final, ou perto do final de cada estação, as lojas fazem promoções de roupas da estação. É interessante ficar atento pois podemos comprar roupas boas e baratas, principalmente as de inverno. Pra crianças você compra um número a dois maiores já para ficar pro próximo inverno por exemplo. Tem lojas em shoppings que simplesmente "jogam" no corredor as roupas, colocam com cabides e tudo, dai você vai e escolhe. Sai bem em conta.

Duas lojas que gosto bastante é o Village de Valeurs e LaPripe. São lojas que recebem doações de roupas, móveis e utensílios usados e novos também e repassam a preços módicos. Tem também a Le Comptoir Emmaüs (essa não fui ainda) mas dizem ter boas coisas também. E não poderia esquecer da Le Comptoir De Frédéric, que foi de onde recebemos a doação do sofá e mesa.

Village de Valeurs: http://www.villagedesvaleurs.com/


Le Comptoir Emmaüs: http://comptoiremmaus.com/

Le Comptoir De Frédéric: https://vetementsmeubles.shost.ca/

Espero que estas dicas ajudem um pouco a você, recém chegado em Ville de Québec. Eu sofri um pouquinho procurando, tentando entender como funciona as coisas aqui. Espero te ajudar de alguma forma. Claro que, aqui tem lojas supimpas com roupas de marca, lojas de móveis e eletros maravilhosos que você entra e fica babando pelas coisas novinhas pra mobiliar o ap. Mas, para você, que ainda não tem trabalho, os $recursos$ que trouxe são escassos e tem que economizar mesmo, acho que valeria a pena dar uma olhadinha nessas opções que citei acima.

No próximo post vou falar como tem sido meu acompanhamento da gravidez aqui. Pra quem aterrizou agora aqui no blog, eu cheguei grávida de 5 meses, perto dos 6 e no próximo mês meu baby deux nasce. Vou até me apressar em fazer logo o próximo post, vai que resolve vir antes do tempo né. 

Inté.

Primeira imagem que tivemos de Ville de Québec

Uma rua de Québec ainda no final do inverno (março)

          Pertinho do Château Frontenac

Château Frontenac

Vista de Lévis e o fleuve Saint-Laurent

Uma imagem de Toronto

Chute-Montmorency

Parc de La Promenade Samuel-De Champlain

A primavera é linda

Vista de Québec e do fleuve Saint-Laurent

360 de uma parte do parc La Promenade


sábado, 2 de maio de 2015

Primeiras semanas em Québec City




Eu estava ansiosa pra escrever esse post. 
Estava esperando exatamente o dia 1 de maio pra contar pra vocês o que tem acontecido por aqui.

Primeiro de maio, dia do trabalhador no Brasil, feriado (aqui no Canada é comemorado na primeira segunda feira de setembro), fomos ao CHUL (Centre hospitalier de l’Université Laval) retirar enfim a plâtre synthétique (ou gesso de fibra de vidro) do meu baby lindo. Um dia antes a GTA nos ligou confirmando que já tinham enviado toda a papelada para o hospital, para autorização de retirar o gesso, fazer um novo Raio X e a consulta, e no dia que retiramos nos ligou novamente perguntando como tinha sido, se estava tudo bem, se nos cobraram algo, gente fiquei realmente impressionada com o atendimento deles, nada a reclamar, meu próximo post vai ser contando um pouquinho sobre eles e sobre o nosso atendimento. Bom, acordamos cedinho e como caminhar faz muito bem, fomos caminhando até o hospital, passando por dentro da Universidade de Laval, é mais ou menos uns 3,3 quilômetros  do nosso apertamento pra lá. Quando chegamos, passamos pela recepção e fomos logo retirar a plâtre, depois fizemos o Raio X e tivemos a consulta com a ortopedista infantil. Tudo lindo e maravilho com ele. Ela disse que ele iria demorar entre dois dias a duas semanas pra voltar a andar perfeitamente como antes, e, caso isso não acontecesse, voltássemos. Saímos contentes e sorridentes, meu baby enfim vai poder aproveitar a primavera.

No mesmo dia, fomos para a La Fripe, ela fica no mesmo prédio do Le Mieux-Être des Immigrants (vou colocar todos os links que eu citar no final pra vocês copiarem colarem no navegador caso tenha interesse). A La Fripe é como uma lojinha que recebe doações de roupas, sapatos, utensílios... novos ou usados e repassa para os mais carentes a preços módicos. E a cada primeira sexta feira do mês, tudo é por 50% de desconto, então fomos as compras hihihi.

Um pouco antes desse dia, fomos escolher o sofá e a mesa que ganhamos da igreja. Comemoramos meu primeiro aniversario em Québec, teve bolo, feito por mim claro, porque o lema aqui é economizar. Ganhamos também microondas e recebemos o nosso segundo documento canadense: La carte de résident permanent. Pena que, só veio a minha e a do esposo, e cadê a do bébé un? Bateu um pequeno desespero e fomos correndo ao Service Canada pra ver o que tinha acontecido, mas demos viagem perdida, pois o Service daqui só tira o NAS, o escritório mais próximo é em Montreal. Poxa! Pegamos o telefone e ligamos pra tentar entender o que tinha acontecido. A atendente confirmou algumas informações e nos deu uma boa e uma má noticia: a boa é que o RP dele não esta perdido, nem foi extraviado, a má é que na verdade nem foi confeccionado ainda e não sabe o porque. Ela nos pediu que se até o dia 27 de maio não chegasse, entrássemos em contato novamente. OK, vamos aguardar. Estamos desconfiados que seja por conta da foto, pois aconteceu isso com os filhos de alguns casais, eles sempre querem fotos recentes, como o passaporte de criança que tem validade curta.

Enquanto isso, consegui marcar novamente minha suivi de grossesse (acompanhamento da gravidez) para o dia 6 agora, estou curiosa pra saber como é. E, por falar em gravidez, ando um pouco cansada esses dias, estou no sétimo mês e o meu ritmo está mais lento agora, deve ser por conta do dia a dia, o trabalho com o baby que não estava andando e continuar indo atrás das coisas pro apertamento, pegar comida, algumas saídas esporádicas. Como eu recebi muitas doações de roupinhas e já tinha trago na mala algumas outras, agora é ir atrás de colchão, um cercadinho (não aderimos ao berço) e mais alguns ajustes finais. Vamos também procurar uma caminha de transição pro bébé un. E, aos poucos estamos conseguindo montar o ap. Pro meu parto e pós parto ninguém virá do Brasil. Pois é gente, minha mãe não poderá vir, infelizmente. Confesso que ainda estou vendo a melhor forma de como fazer, pois não sabemos nem o dia nem a hora e alguém tem que me acompanhar no grande dia, e com quem ficará meu bébé un?!! Como não tenho com quem deixá-lo e logicamente ele não pode ficar conosco nesse dia, temos duas opções: o esposo fica com ele e vamos atrás de uma doula por exemplo para me acompanhar no dia, ou deixamos o baby em uma garderie por 24 horas. Achamos a segunda opção um tanto quanto ruim, já que ele nunca foi pra creches e não tem costume de ficar com outras pessoas. Estamos vendo a melhor forma, ou a menos ruim.

Hoje o mari fez um freela, o primeiro $$ ganhado em terras canadenses. Como ele quem vai ficar comigo todo o resguardo não tem como pegar um trabalho mesmo. Foi ótimo, ganhou um dinheirinho, trabalhou poucas horas e voilà.

Acredito que falei de tudo um pouco do que tem acontecido nessas primeiras semanas aqui.

O próximo post vou falar da GTA e algumas dicas sobre onde pegar comida, cupons de desconto, onde comprar moveis usados mas em bom estado, supermercados mais em conta, enfim. O que está valendo à pena até agora pra nós.

Volto depois.

Links:

CHUL (Centre hospitalier de l’Université Laval): http://www.chuq.qc.ca/fr/

GTA (Global Travel Assistance): https://www.gtaassist.com.br/sitev2/home/

La Fripe (Friperie Communautaire): http://lamec2.info/BKlafripe/

MEI (Le Mieux-Être des Immigrants): http://meiquebec.org/

sábado, 18 de abril de 2015

De Fortaleza para Ville de Québec.

Hoje completamos um mês que chegamos em Québec e eu estou sim, em dívida com meu bloguinho.

Um mês!!! E foi o mais intenso que já vivi nesses meus 29 anos de vida. Dizem que a vida começa quando a gente sai da zona de conforto, então...eu vivi 29 anos em um mês. Teve alegrias e tristezas, erros e acertos, medos e coragens absurdas, teve até tombo no gelo e fraturas...mas vamos começar do começo:


A Viagem:

Não foi tranquila! Pra começar o táxi que pedimos ainda em Fortaleza chegou com meia hora de antecedência, acordamos cedinho pra fazer tudo mais não deu tempo, era muuuuita coisa pra arrumar e a ultima mala pra fechar, não queria fechar. Chegando no aeroporto, pesamos as 5 malas e todas em média 32 quilos. Fizemos o checking, nos despedimos da família e partimos pra SP. Chegando em SP nós corremos, sim corremos mesmo o aeroporto de uma ponta a outra pra pegar o avião da Air Canada. Eu com o baby no braço, o outro no bucho e uma mochila de quase 10 quilos nas costas e o marido com mais 4 malas de mão também de quase 10 quilos, correndo! Demos 3 horas de folga no aeroporto mais não sei porque cargas d'agua estávamos atrasados. Enfim entramos, mas o avião estava com um problema no computador de bordo e outro no gerador. Passamos duas horas dentro do avião passeando, sim, o avião taxiando de um lado pra outro no pátio do aeroporto. Estávamos com fome, exaustos e eu pedindo a Deus pra trocar de avião com medo daquele bendito cair. Acabou que, ele decolou, comemos e o baby se aconchegou e dormiu o voo inteiro nas minhas pernas. Chegamos em Toronto, e claro, perdemos o voo pra Québec. Fizemos o landing, não falamos inglês, nem o atendente falava francês e nem conseguiu ninguém que falasse. O marido entendia o que ele falava mas não sabia responder, apenas uma mulher super simpática falava um pouco de espanhol e voilà, conseguimos nos comunicar e deu certo, fizemos o primeiro documento, a Carta de Residente Permanente. A novela pra remarcar o voo foi terrível, mesmo problema, o inglês, ninguém fala francês ali gente, ou não demos sorte. Mas com o inglês meio atravessado conseguimos remarcar. As malas foram primeiro. Pegamos o voo para Québec num teco teco hahaha. A gente via gelo lá de cima e o marido achando que era areia, vai bando de matuto. Colocamos os pés em Québec ás 16:30 do dia 19 de março de 2015, mas nossas malas não. E ficamos esperando elas chegarem até as seis da noite e por pouco não dormimos na rua, pois a concierge ficava exatamente até esse horário. Pegamos um táxi e fomos emfim, pro apartamento. Não dormimos, desmaiamos de tão exaustos. Foram mais de 30 horas de Fortaleza até o apartamento que alugamos.


Primeiros dias:

Demos entrada no Nas (como o CPF do Brasil), na Assurance Maladie (o seguro saúde), solicitamos no Mieux-Être ajuda alimentar (uma espécie de organismo comunitário de ajuda ao imigrante), abrimos a conta no Banco Desjardins, aderimos ao plano de internet, compramos outro celular pois o que trouxemos que era da Itália não funcionou aqui. Fizemos compras no supermercado, pagamos o segundo mês de aluguel (o primeiro já estava pago desde o Brasil), dei entrada no hospital pra fazer o meu acompanhamento da gravidez, fizemos compras no Dollarama (muito bom esse Dollarama viu), conhecemos uma brasileira e nossa conterrânea que nos ajudou e tem nos ajudado de uma forma tão maravilhosa que eu jamais terei como retribuir tudo o que ela tem feito por nós. Fomos passear no Château Frontenac no domingo de Pascoa e, um m%&$£/ aconteceu. O marido escorregou em uma rua por trás do Château, não vimos o gelo, era ladeira e páaa, os três, ops os quatro caíram, juntos. O marido ralou o cotovelo, eu cai de bunda, e o baby que vinha no colo torceu o pé. Com a queda o sapato dele enganchou na lateral do marido. Ele chorou muito na hora, e achávamos que era por conta do susto. Pegamos o ônibus e voltamos pra casa. Eu senti dores nas costas tomei um Tylenol e foi melhorando, não tive sangramentos. O marido teve um pouco de dores também e tomou Tylenol e passou. O baby começou a ter febre, não conseguia por o pezinho no chão. Eu dei um remedinho, ele comeu e dormiu. No outro dia, a febre não cedia, o tornozelo amanheceu inchando e acionei imediatamente o seguro saúde, GTA (super recomendo o plano, usado e reusado). A Goral, representante da GTA aqui em Québec enviou um médico em nossa casa para ver o baby. Ele nos mandou ir imediatamente para o hospital fazer um Raio X. Fomos ao CHUL (hospital infantil) por sinal o melhor da cidade. O baby estava com 40 graus de febre (ela não cedia de jeito nenhum) ele tomou um remedinho mais forte (Advil) e foi encaminhando para o Raio X. Gente, quem tem filhos vai entender nosso sofrimento e desespero. Eu pedi tanto a Deus pra não ser preciso cirurgia, não ser nada grave, nos sentimos tão mal e impotentes em relação a tudo aquilo que estava acontecendo. Nosso bebê com febre, molinho, tornozelo inchado, a gente em um país diferente do nosso, não conhecendo como funciona a saúde aqui, não falando bem a língua e meu pensamento era apenas que a culpa era toda nossa por tê-lo colocado naquela situação. Eu chorei muito, tive vontade de voltar pro Brasil. Foi terrível! Bom, o médico chegou e explicou: Ele fraturou a perna e temos que engessar. Obrigada Senhor, dos males esse é o menor. Era uma segunda feira, feriado aqui no Québec. Ele imobilizou a perna pra desinchar primeiro e depois colocar o gesso. Foi marcado um rendez-vous (tudo aqui tem rendez-vous) para Quarta. Nesses dias que passamos em casa ele ainda teve muita febre alta, foram quatros dias assim, não comia, não bebia, tristinho, eu chorei muito, muito mesmo. Aos poucos a febre foi cedendo e voltamos ao hospital. Ele colocou o gesso na perninha toda agora. Pedimos o gesso de fibra de vidro, é mais leve, seca em uma hora e a criança ainda escolhe a cor que quer, ele escolher verde. E voltamos pra casa. Esses dias, até a volta dele ao hospital para o acompanhamento com o ortopedista infantil e um novo Raio X de acompanhamento, foi dedicado totalmente a ele. Meu baby foi se recuperando, aos poucos se alimentando melhor, foram dias dedicados exclusivamente a ele, muito amor e carinho era o minimo que podíamos oferecer. Nesse meio tempo, Deus nos enviou um anjo que nos ajudou muito, nos acompanhou até o hospital, nos deu carrinho, roupinhas, brinquedos até o baby 2 ganhou bebe conforto, cadeirinha, brinquedos. Como o nosso apartamento é um semi-mobiliado (fogão e geladeira), compramos um colchão inflável no Brasil e trouxemos, mais o infeliz furou e fizemos de tudo pra tentar reparar mais não deu certo, passamos uns bons dias dormindo no chão. Tentei deixar o baby o mais confortável possível com toalhas e panos e panos, mais nada como um colchão. Consegui enfim encontrar no Facebook um colchão pra ele, eu e o marido dormimos mais uns dias no chão até encontramos uma quebeca da qual compramos uma cômoda e ela nos deu o colchão com a base. Demoramos pra conseguir comprar móveis pois quando um produto é anunciado nas comunidade do Facebook rapidinho é vendido e no kijiji (site de anúncios aqui no Canada) quando encontrávamos algo bom, a pessoa morava muito longe ou era caro. E, até ontem, estávamos fazendo nossas refeiçoes em cima de uma toalha no chão, agora ganhamos uma mesa com cadeiras. Fomos a uma igreja aqui pertinho de casa pra nos informamos sobre cesta de alimentos (as igrejas aqui fazem muito isso, tem doação de móveis também). Marcaram um rendez-vous e veio uma senhorinha com um senhorzinho muito simpáticos aqui em casa, fizeram uma ficha e nos deram um cheque para gastarmos com alimentos no mercantil (fiquei surpresa), mais surpresa ainda quando a senhoria veio aqui em casa ontem trazendo mesa com cadeiras e disse que na terça agora vem nos pegar pra escolhermos uma mesa pra gente na loja! Eu agradeci, disse que essa que ela tinha trago já estava excelente, mais ela faz questão. E vai nos dar um berço também. Eu nunca ganhei nada no Brasil, nem um sorriso ganhávamos. Nunca conhecemos tanta gente boa e de bom coração disposta a ajudar, mesmo, sem querer nada em troca, apenas pelo prazer em ajudar. Não que no Brasil não tenha isso, longe de mim dizer isso. Mas fomos tão bem acolhidos, é tanta atenção e carinho conosco que não estamos acostumados com isso tudo. Eu juro que vou retribuir toda essa ajuda e esse acolhimento que temos tido desde que chegamos. Essa é uma corrente do bem, podem acreditar. Voltando ao nosso filho, ele iria passar 2 meses com o gesso, mas felicidade, só ira passar um mês, a recuperação dele esta excelente e no dia 1 de maio ele fará um novo Raio X de acompanhamento e retirar o gesso. Com esse infeliz acontecimento com ele paramos tudo o que iriamos fazer. Nos próximos dias terei que enfim fazer meu acompanhamento da gravidez, entrei no terceiro trimestre e com tudo isso que tem acontecido não posso esquecer que tenho outro baby a caminho. Além disso, ainda falta darmos entrada nos benefícios do governo provincial e federal para o baby. A francisaçao acredito que não dará tempo nem eu nem o marido fazermos pois logo logo o baby 2 nasce e teríamos que parar no meio do caminho. Sem contar que a creche pro baby 1 é um pouco mais demorada e ele com gesso eu jamais deixaria ele em uma garderie.

Me desculpem se falei demais, ou se algumas coisas não fizeram sentindo com outras, como eu disse no começo, vivi 29 anos em um mês, eu não tenho como explicar todos os detalhes aqui. Entre aprender a andar na cidade de ônibus, acostumar com o final do inverno e todo esse turbilhão de emoções, do pouco que vimos da cidade posso dizer que, ela é realmente encantadora, tem gente de todo lugar do mundo e a língua mais falada é realmente o francês.

Acredito que tudo tem valido a pena até agora, os 3 anos investidos em estudos e pesquisas, todo o dinheiro que já gastamos no processo. Realmente, a imigração começa aqui, agora, quando você coloca teus pezinhos nesse país maravilhoso. Mas qualquer que seja o final da historia o fato é que migrar para outras regiões e principalmente para outros países pode ser uma experiência muito enriquecedora. Seja por uma temporada, alguns alguns anos, ou pra sempre. A viagem sempre vale a pena! Motivo você não precisa, o que você precisa mesmo é de coragem!

Obrigada aos que nos mandaram vibrações positivas.





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