Entrevista e CSQ

Há exatamente dois anos dávamos um passo importante, senão o mais importante, de nossas vidas!!

Dávamos entrada no processo de imigração por Québec! O fato é que, não sabíamos que esse processo seria tão  doloroso de certa forma, empolgante, angustiante, energizante e caro!

Porém, depois de dois anos, podemos fazer uma análise fria de tudo isso, e posso dizer com toda a certeza: Fizemos a coisa certa, e faríamos tudo novamente! E ainda estamos na metade do processo =)

Bom, agora vou contar pra vocês sobre a nossa entrevista.

Fomos chamados para Aliança Francesa em São Paulo no dia 13 de setembro ás 10:00 horas. E, no e-mail que recebemos dizia que, se caso não comparecêssemos a essa entrevista nosso processo seria encerrado! É, era agora ou nunca. E NADA estava ao nosso favor:

- Eu não estudava francês a um boooom tempo;

- Tinha acabado de ganhar neném;

- Ele estava com 3 meses apenas e só mamava;

- As nossas vagas de emprego, dossiê, TUDO desatualizado;

- Meu pai estava de férias no Brasil e tinhamos que dar atenção;

- Eu estava por fora de tudo o que estava acontecendo no Canadá e no mundo lá fora;

- Era uma sexta-feira 13 (não que eu seja supersticiosa!)

Mas não tinha jeito, era a nossa chance...aquele cavalo selado que passa apenas uma vez na nossa frente. E respondi ao e-mail, vamos!

Agora era correr atrás do prejuízo, revisar o francês, atualizar o dossiê, atualizar as vagas de emprego, separar toda a documentação, comprar passagem, fazer roteiro, treinar o baby com a mamadeira, tirar leite pra estocar, cuidar do baby (o que já toma muito tempo). Foram as semanas mais difíceis que passei, prova de fogo! Ainda mais quando se é a requerente principal! Nos primeiros dias eu chorava de puro desespero. Se não fosse meu esposo sempre ao meu lado me apoiando não sei o que seria de mim. Mas somos uma equipe de sucesso, conseguimos aprontar tudo para a entrevista!

Deixei meu lindo baby em melhores mãos não poderia ser: com minha mãe, vovó e minha irmã e em tempo recorde, menos de 18 horas fomos para SP e voltamos pra casa.

Pegamos o voo da madrugada e chegamos as 06:00 em SP, saímos direto do aeroporto para Aliança Francesa, pegamos um Airport Bus Service pra ser mais rápido, chegamos bem cedo na Aliança, os primeiros.
Depois chegou o casal que seria entrevistado antes da gente as 09:00, papeamos um pouquinho. Pouco tempo depois chegou o Mr. Phillipe, soltou um Bonjour e pegou o elevador. Depois ele desceu e chamou o casal. Quase uma hora depois o casal desce com cara de felicidade e de espanto rsrrs, eles conseguiram o CSQ. Nesse meio tempo, ficamos na recepção, de frente aos elevadores, na expectativa de a qualquer momento sermos chamados. Parece que o elevador estava com defeito pois todas as vezes parava no nosso andar sem ninguém chamar, a porta se abria e não saia ninguém!! E isso só contribuía pra aumentar nosso desespero..

Pontualmente o Mr. Phillipe nos chama, entramos no elevador e pra tentar quebrar o clima eu solto um bonjour e pergunto se ele recebeu a documentação de inclusão do nosso filho no processo. Ele disse que sim, e entramos na sala. 
Ele pede para nos sentarmos, mostra o e-mail que recebeu do México sobre a inclusão do nosso baby e pede a certidão de nascimento dele. Digita no computador e em seguida pede nossos passaportes. 
E vem a primeira pergunta: Porque eu escolhi o Canadá se eu poderia ter escolhido qualquer outro pais? Essa eu tinha estudado direitinho...
Depois se vira pro meu esposo e pergunta: Como ele iria fazer pra se integrar no trabalho? Essa foi cruel, meu esposo não tinha essa resposta pronta de cabeça, ele enrolou um pouco mas o Mr. aceitou.Ufa!
Depois pediu nossos diplomas e perguntou se nos conhecemos na faculdade. Pede as declarações de trabalho, da uma olhada bem rápida e se vira para o computador e começa a digitar...e de vez em quando soltava um c'est bon...e digitava e digitava......e agente ficou bem quietinhos. Provavelmente estava recalculando nossos pontos.
Ele comenta que conseguimos alcançar a pontuação mesmo se zerássemos no francês. Isso nos deixou mas aliviados naquela hora, depois daquele silencio todo.
Meu esposo pergunta o que ele acha da carta de valores do Québec (esse assunto era noticia na rádio Canadá e como meu esposo escuta bastante a radio...). O Mr. nada québécois passou quase 20 minutos falando sobre isso. Eu já estava achando que ele tinha esquecido que aquilo era uma entrevista pois ja tinha se passado 50 minutos desde que entramos na sala e eu preocupada com nossos CSQ's não conseguia mais prestar atenção no que ele falava.
E finalmente a impressora começa a funcionar!!!
Ele pega os papéis e fala pra gente dos próximos passos no federal e sobre a francisação. Agradecemos e saímos. 
Eu nem quis esperar aquele bendito elevador e descemos os 4 andares de escada mesmo. 

Não, ele não olhou nosso projeto, nossas pesquisas de vagas de emprego, de aluguel, nosso budget, as garderies, não  perguntou sobre nosso trabalho, o que fazíamos, nossos planos A, B, C para quando chegássemos no Canadá...

Foi melhor do que eu esperava, melhor do que eu imaginava, aliás, nem conseguia imaginar uma entrevista assim pelos relatos que li. A preparação foi uma via sacra bem dolorosa! Mas realmente a sensação pós entrevista é maravilhosa e indescritível. Depois pegamos o metrô e fomos comemorar em um shopping pertinho da Aliança, mas bem rápido pois pegaríamos um voo de volta as 15:00.

Eu nem conseguia acreditar que aquele papel tão simples, mas com um significado tão grandioso estava enfim em nossas mãos! Corações batendo forte, sorrisos congelados na cara, cabeça a mil =D

Agora sim, rumo ao federal o/

Esse é o elevador na recepção da Aliança Francesa...a cada vez que essa porta se abria parecia que nossos olhos iam saltar da caixa! :P